Título: A Geografia de Nós Dois
Autora: Jennifer E. Smith
Editora: Galera Record
Páginas: 271
Sinopse: Lucy mora no vigésimo quarto andar. Owen, no subsolo... E é a meio caminho que ambos se encontram – presos em um elevador, entre dois pisos de um prédio de luxo em Nova York. A cidade está às escuras graças a um blecaute. E entre sorvetes derretidos, caos no trânsito, estrelas e confissões, eles descobrem que a eletricidade pode ter caído... mas não subiu de sua conversa. Algo brilha em seus corações. O pouco tempo passado juntos deixa marcas. E os dois não param de pensar um no outro. Mesmo quando a geografia parece interferir: Lucy se muda para Edimburgo, e Owen parte em uma viagem de carro sem destino com o pai. Enquanto a garota aproveita a oportunidade para se aproximar dos próprios pais e conhecer vários países da Europa, Owen está numa missão... ajudar o pai a se recuperar da morte da mulher, a mãe do rapaz. Lucy se muda para Londres. Owen passa pelo lago Tahoe, Seattle, São Francisco. Cada um explorando o mundo e a si mesmo. Mas sempre trocando postais e uma singela frase...um pedido, um mantra: queria que você estivesse aqui. O problema é que o aqui parece se afastar dos dois a cada curva do caminho. E, entre novos amigos, antigos dramas e muitas despedidas, eles aprendem que a distância nem sempre é medida em quilômetros... e não é páreo para o destino.

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O mais recente sucesso de Jennifer E. Smith é um dos livros mais fofos que eu li nos últimos tempos. Lucy e Owen moram no mesmo edifício em Nova York, porém nunca prestaram atenção um no outro. Até ficarem presos no elevador durante um blecaute na cidade. Pelo tempo que passam juntos, eles conversam, começam a se conhecer e descobrem algumas opiniões das quais compartilham, mas muitas coisas diferentes na vida de cada um. 

Lucy mora sozinha – depois que seus pais foram para a Europa, e os irmãos mais velhos para a universidade – no 24° andar do edifício e é apaixonada pela cidade onde vive. Já Owen, se mudou da Pensilvânia com o pai há pouco tempo para o subsolo e se sente terrivelmente sufocado por Nova York. Depois de escaparem do elevador, Owen convida Lucy para ver a cidade do alto do prédio e é ali onde eles traçam seu próprio marco zero, seu ponto de partida.


“Owen inclinou-se a fim de desenhar um X entre os dois com uma pedrinha, depois o esfregou com a mão e o substituiu por uma estrela torta.
- Isso quer dizer que estamos no centro exato de Nova York? (...)
-Acho que estamos no centro exato do mundo...”

E o que parecia ser um romance pronto para se desencadear, muda totalmente o rumo quando, uma semana depois, Lucy parte para encontrar os pais em Edimburgo e Owen vai acompanhar o pai em uma viagem sem rumo. Eles parecem se afastar cada vez mais um do outro, cada quilômetro mais distante, mas sempre pensando no tempo que estiveram juntos, enviando cartões postais dos lugares por onde passam, todos com a mesma frase, algo que significa muito mais do que só as palavras: “queria que você estivesse aqui.”

Em seus caminhos, eles conhecem lugares diferentes, pessoas diferentes e começam a se questionar se vale mesmo a pena sobreviver com uma paixão que é distanciada por quilômetros e até um oceano.


“Eram como dois asteroides que tinham colidido, ela e Owen, soltando faíscas breves antes de ricochetearem cada um para um lado outra vez, um pouco lascados, um pouco machucados e marcados, talvez, mas ainda com quilômetros e quilômetros a percorrer. Quanto tempo se pode de fato esperar que uma única noite dure?”

Lucy e Owen deixam marcas. Marcas profundas o bastante para não serem superadas, apagadas. Marcas no leitor das quais vão fazê-lo rir por pequenas coisas depois que acabar o livro, como cartões-postais e elevadores, se lembrando da história de um amor que todo mundo gostaria de viver, de encontrar dentro de um elevador.

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